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Núcleo de Pesquisa e Extensão em Gerenciamento de Recursos Hídricos
Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo - Comitê Pardo

Boletim Informativo N.º 05/ Ano VI - Maio/2004

 

Drenagem Urbana
Texto: Valéria Borges Vaz(val@unisc.br)
Revisão: Dionei Minuzzi Delevati (dionei@unisc.br), Igor G. Kunrath (igorgk@pop.com.br) e Cássia Ricardo Peiter (cpeiter@viavale.com.br)

A drenagem urbana é o conjunto de medidas que tenham como objetivo minimizar os riscos que a população está sujeita, diminuir os prejuízos causados por inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável. Ou seja, a drenagem nada mais é do que o gerenciamento da água da chuva que escoa no meio urbano.

O aumento da população, principalmente em pólos regionais de crescimento e a expansão irregular da periferia tem produzido impactos significativos na infra-estrutura de recursos hídricos. E um dos principais impactos que tem ocorrido na drenagem urbana é a forma de aumento da freqüência e magnitude das inundações e consequentemente a degradação ambiental.

A visão antiga da drenagem urbana tinha como princípios: remover as águas pluviais para jusante executar projetos e obras, como medida estrutural para resolver os problemas e a base de analise era somente econômica. Já a visão moderna busca a compreensão integrada do meio ambiente: social, legal, institucional e tecnológica, visando resolver os problemas gerenciais através de componentes políticos.

Os principais efeitos da urbanização sobre a vazão máxima são:
Pico da vazão da água em uma bacia impermeabilizada é 6 vezes maior;
A cobertura vegetal da área urbana influencia diretamente na vazão, a partir da chuva;
As precipitações críticas são mais intensas e freqüentes;
No início da chuva é que ocorre o maior pico de poluição.

As áreas urbanas vem sendo cada vez mais impermeabilizadas, gramados e áreas verdes são substituídos por calçadas e pavimentos, as áreas de telhados são expandidos, fazendo com que o volume de água escoado nas ruas aumente de forma significativa. E segundo dados da CORSAN o consumo de água por pessoa/dia é de 200 litros e o despejo de esgoto é de 160 litros, o que agrava ainda mais a situação.

Dentre os principais impactos das inundações sobre a população estão: os prejuízos de perdas materiais e humanos, a interrupção da atividade econômica das áreas inundadas, a contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, entre outros e a contaminação da água pela inundação de depósito de materiais tóxicos, estações de tratamento, entre outros.

Com o aumento da urbanização, o despejo de esgotos, o uso de produtos químicos pela agricultura, industria e no ambiente em geral, os recursos hídricos retornam a sua origem (rio) totalmente contaminados (ver figura abaixo).

As conseqüências da falta de visão ambiental é deterioração dos mananciais e a redução da quantidade de água de qualidade para população.

Os fundamentos da drenagem urbana moderna estão basicamente em não transferir os impactos à jusante, evitando a ampliação das cheias naturais, recuperar os corpos hídricos, buscando o reequilibro dos ciclos naturais (hidrólogos, biológicos e ecológicos) e considerar a bacia hidrográfica como unidade espacial de ação.

Para gerenciamento adequado da drenagem urbana são indispensáveis o conhecimento da área, o seu monitoramento, o planejamento da ações visando minimização dos impactos e principalmente da participação e motivação da população envolvida.

"A urbanização causa enchentes para própria urbanização"

COMITÊ DE GERENCIAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARDO - Comitê Pardo
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