Água
no futuro
Teremos
água no futuro? Esta é a reflexão que
está sendo feita nesta Semana Estadual da Água.
Tendo em mente que se quisermos ter água em quantidade
e com qualidade, é preciso que toda a sociedade tenha
atitudes corretas. O consumidor que recebe água na
torneira deve ter consciência de que o desperdício
pode resultar na falta de água. As instâncias
governamentais devem realizar as ações necessárias
de tratamento, executar obras de preservação
dos recursos hídricos e fazer cumprir a legislação
que fala do meio ambiente. E os industriários e agricultores
devem tomar os cuidados necessários para não
poluir os rios, lagos e arroios.
Com
preocupação em relação ao futuro,
a 12ª Semana Interamericana e a 5ª Semana Estadual
da Água de 2005 tem como tema “Água: Cuidar
para não secar”, que propõe discussões
sobre as ações de preservação
dos recursos hídricos. A programação
iniciou-se dia 1º e vai até amanhã, envolvendo
setores educacionais, governamentais, ONGs e segmentos da
comunidade para discutir o tema que diz respeito a toda a
sociedade gaúcha, brasileira e mundial.
Vendo
a necessidade de gestão dos recursos hídricos,
o governo gaúcho criou os Comitês de Gerenciamento
das Bacias Hidrográficas, onde representantes de vários
segmentos da sociedade se reúnem para discutir e definir
ações de proteção dos cursos de
água. Cada Comitê tem na sua composição
40% de usuários da água, 40% de representantes
da sociedade civil e 20% de órgãos públicos
federais e estaduais.
Nós, do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica
do Rio Pardo, instalado em 23 de março de 1999, estamos
fazendo a nossa parte, propondo cuidados para garantir que
haja água no futuro, na quantidade e com a qualidade
necessárias para a população. Cuidar
para não secar é o que fazemos atualmente através
da gestão dos recursos hídricos. Estamos diagnosticando
nossa Bacia para planejar o uso racional da água e,
assim, preservar a qualidade e quantidade. Os processos e
trabalhos exigem muita responsabilidade de cada um dos membros
do Comitê, pois as decisões tomadas têm
força de lei e influenciam diretamente nos usos que
a população poderá fazer dos recursos
hídricos.
A
Semana Estadual da Água foi instituída no ano
2001, através de lei aprovada pela Assembléia
Legislativa do Rio Grande do Sul, como forma de oficializar
a realização de eventos alusivos a esse recurso
natural. Mas as discussões referentes à água
vinham ocorrendo sistematicamente há mais tempo. Em
1992, a Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas), a Associação Interamericana de Engenharia
Sanitária e Ambiental (Aidis) e a Associação
de Água e Águas Residuais do Caribe (CWWA) assinaram
a Declaração do 13º Congresso Interamericano
da Aidis, em Havana, Cuba, definindo o dia 5 de outubro como
Dia Interamericano da Água. O objetivo era despertar
a consciência entre as populações das
Américas sobre a importância deste recurso para
a preservação da vida.
Os
órgãos propuseram-se a considerar este evento
como a celebração dos recursos hídricos
nas Américas, destinada a atingir a melhoria do fornecimento
de água tratada nas regiões desabastecidas e
o aumento dos investimentos na área da saúde.
Em 1993, o Rio Grande do Sul celebrou o Dia Interamericano
da Água. Já em 1994, o Estado estendeu as comemorações
para um período maior, sendo, então, criada
a 1ª Semana Interamericana da Água, iniciativa
que foi logo adotada por outros países.
Lúcia Müller Schmidt/Presidente do Comitê
de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
Fonte: Gazeta do Sul, 11/10/2005
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